Ontem à noite, na minha cabine de quarto compartilhado aqui no Hostel Social, em Curitiba, refleti bastante sobre as condições do mercado cinematográfico brasileiro. Só não peguei o meu ARRBOOK para anotar na hora porque estava muito frio.
O fato é que estão se articulando novas medidas para impor taxas às plataformas de streaming. Além disso, há uma proposta para obrigá-las a disponibilizar pelo menos 20% do catálogo com produções nacionais.
O que está sendo pedido:
- 12% de imposto destinado ao FSA (Fundo Setorial do Audiovisual);
- Verba estatal para plataformas brasileiras e canais “superbrasileiros”;
- 20% do catálogo composto por produções nacionais;
- Programas obrigatórios de preservação de obras nacionais.
Essas propostas deixam claro quem é visto como “inimigo”: as plataformas de streaming americanas — justamente as que vêm ajudando o mercado cinematográfico nacional a respirar, mesmo com todas as dificuldades.
Na realidade, o verdadeiro inimigo do nosso audiovisual é o próprio Estado.
Burocracia excessiva, aversão a investidores e empreendedores, carga tributária sufocante… E, para piorar, a insegurança jurídica do nosso sistema atinge todos os setores da economia.
A solução é clara, embora não seja simples:
O brasileiro precisa parar de enxergar o investidor como inimigo da sociedade. É urgente educar todos os profissionais do setor sobre economia criativa, para que tenham mais perspectiva de negociação e saibam valorizar suas próprias produções. E, principalmente, facilitar a vida de quem quer empreender no audiovisual.