Película de Filme, a volta de quem nunca foi

Apesar dos avanços tecnológicos nas ciências de captação de imagem, Hollywood continua captando suas histórias com película de filme, e não diretamente em arquivos de imagens digitais como costumava achar.

Emma Stone and Jerrod Carmichael in POOR THINGS. Photo by Atsushi Nishijima. Courtesy of Searchlight Pictures. © 2023 Searchlight Pictures All Rights Reserved.

O que é uma película?

Desde o surgimento da fotografia, a tecnologia de captação continua basicamente a mesma. Uma gelatina sensível a luz é posta no fundo de uma caixa preta com as luzes direcionadas por uma lente. A superfície então se queima por conta da sensibilidade a luz rebatidas dos objetos, a feliz consequência deste fenômeno, é a fixação de uma imagem no tempo. 

Nos primórdios, essa chapa era de aço banhada com sais de prata. Com o tempo, a evolução chegou a uma mistura de gelatina com os mesmo sais de prata presos a uma fita de vários tamanhos diferentes. 

Essa fita com uma área composta por gelatina foto sensíveis é que chamamos de película.

E o Filme?

O filme é uma sequências de imagens, um fenômeno chamado persistência retiniana faz com que essas imagens fiquem ligeiramente sobreposta no nosso cérebro. O resultado, é a sensação de movimento. 

Esse rolo de fita fotossensível chamamos de película de filme.

Era do cinema digital

Meados da década de 90 tivemos um boom dos efeitos visuais computadorizados. Jurassick Park é lançado mostrando ao mundo do que os computadores eram capazes de produzir. Toy Story chega pouco depois. Mas a imagem digital tem uma diferença gritante em comparação a película.

Diferente do meio analógico, aonde a gelatina sensível a luz capta não uma imagem superficial mas uma quantidade de informação quase infinita. A imagem digital é limitada a resolução de captura da imagem. Ou seja, uma imagem digital captada com o número de amostra de 1920 na horizontal por 1080 na vertical, (FullHD) contém apenas essa quantidade de informação. Sendo impossível uma operação posterior de aumento de resolução sem perder qualidade.

Felizmente esse número de amostras é mais do que suficiente para uma boa experiência nos Cinemas e os ganhos na confecção de imagens é gigante quando usamos da tecnologia digital. Justamente por isso, o processo de pós produção de efeitos visuais gerado por computadores era complexo. As cenas eram captadas em película, com toda a complexidade que a mídia exige.

A digitalização dessas imagens viam logo em seguida para que os artistas digitais pudessem trabalhar nas cenas. Feito as manipulações necessárias e a montagem final do filme geravam uma nova película. Uma vez que a maioria dos cinemas ainda eram de projetores analógicos.

Até lançarem a primeira câmera digital de cinema.

Sony HDW-F900R

Praticidade

Nem é preciso dizer o quanto todo esse processo é custoso. Uma corrida para reduzir esses custos e agilizar a produção deu início, liderado em grande parte por George Lucas, criador de franquias históricas como Star Wars e Indiana Jones.

Assim, em 2000, George decide revisitar a franquia Star Wars com a trilogia um, dois e três. Numa parceria com a Sony, a primeira câmera de cinema é lançada e algumas cenas que teriam muita manipulação digital passam a ser captadas diretas pro digital. Pouco tempo depois, filmes que exigissem de muita manipulação de imagem na pós produção passaram a ser captados inteiramente por imagem digital. Barateando custos de produção.

Preciosismo 

Mas nem todo mundo da industria se rendeu ao digital. Ainda temos cineastas que insistem em filmar em película. Christopher Nolan, Quentin Tarantino, Martin Scorsese, entre outros, são cineastas puristas que amam o processo analógico. Para o bem dos amantes de cinema.

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